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Mostrando postagens de fevereiro 12, 2016

Contando Histórias: E Nem Verão Era

Ao ver o filho no chão Tanta juventude perdida As pernas não aguentaram o próprio peso e se dobraram Joelhos no asfalto, braços abertos, olhos escancarados, fitava o nada. A boca se abriu como antes nenhuma outra Nenhuma outra jamais E dela saiu um grito que não se descreve Porque quem criou as palavras não imaginou um sofrimento assim E foi tão alto que nenhum pássaro cantou Nenhum homem falou Nenhum cão latiu Apenas uma cigarra Num canto tão triste... E nem verão era.

Contando Histórias: COVARDE

Foi então que me dei conta da covardia Ela nos invade e sussurra: " me chamo Comodidade" Sem vergonha, sedutora Fácil de aceitar Deita-se por todos os lados E nos sorri Quando os anos passaram Eu nem sabia mais para onde ir Não conhecia mais ninguém E tinha medo, muito medo Era covarde Fui traído e humilhado E, quer saber? Por mim mesmo Não há nada pior do que olhar no espelho e ver seu algoz A cara do cara que pode mudar tudo É a cara do cara que se borra E espera que um milagre o salve Enquanto o milagre não vem Eu escolho a mentira Senta aqui do lado, Comodidade E me conta suas lendas Me consola e me enfraquece Gentil com os outros Cordial com os outros Pode ser a gota d'água Pode ser o que faltava Para cair a máscara e enxergar Não sou bom nem mau Sou acolhedor E sou covarde Que perigo