No saguão do
aeroporto, a alma já em frangalhos, olhou sem reação para o
bilhete que saíra pela metade no terminal de auto-atendimento. A
atendente da Cia Aérea logo se ofereceu para ajudar. "Isso
acontece muito"
Ao ver o bilhete, sorriu e disse "Ah!
Santos Dumont! Muito melhor!" Ele, distraído e triste, apenas
olhou para a moça. Ela não desistiu. Imprimiu outro e voltou à
carga "Pertinho de tudo, não é?".
Ele hesitou enquanto
pensava "Se digo que estou indo a um funeral, ela vai ficar sem
graça. Se continuo calado, passo por antipático". Arriscou um
sorriso. Os lábios mal se moveram, naquele dia não dava... A moça
olhou para ele, baixou os olhos e, sorriso agora mecânico, cumpriu
seu trabalho: "Tenha uma boa viagem, senhor".
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